Lei Geral de Proteção de Dado está em vigor desde setembro do ano passado, mas o processo de adaptação ainda é demorado e nele podem surgir oportunidades.
Já para as organizações, essas novas regras podem ser vistas como um problema em um primeiro momento, mas, olhando por outra perspectiva, é importante ressaltar que a legislação não vem para restringir, mas para organizar e regulamentar a forma como essas companhias lidam com essa questão.
E é por meio dessa perspectiva que, quem entender a LGPD como forma de novos negócios vai se sair muito bem.
“Me arrisco a dizer, inclusive, que essa nova regulamentação trouxe inovação para o mercado. Nós falamos muito que a pandemia de covid-19 forçou as organizações a se modernizarem, no entanto o que trouxe inovação para essas empresas foi a maneira que trataram os dados pessoais de seus clientes”, explica Adílio Santos, Gerente de governança e compliance da Claranet.
O especialista explica que na área dos transportes públicos, por exemplo, é possível ver um movimento de transformação onde os serviços de compra e pagamento de passagens vêm se tornando cada vez mais digital.
“Na cidade de São Paulo já existe a possibilidade de pagar uma viagem de ônibus por meio do cartão de crédito ou então comprar bilhetes de Metrô e trem via aplicativo no celular e utilizá-los por meio da tecnologia de QR Code. É nessa mudança e quebra de paradigmas, que podem existir as oportunidades de ouro para os novos negócios baseados na LGPD”, afirma.
LGPD x Novos negócios
Segundo Adilson, a Lei Geral de Proteção de Dados define um caminho que se alinhado à necessidade do mercado e a inovação, respeitando aspectos de proteção e segurança de dados podem ser geradores de novos negócios, uma vez que é a partir da adequação das empresas que são criados novos mecanismos para desenvolvimento de aplicativos, validação de identidade, serviços em segurança e monitoramento de dados.
Ele explica que essas mudanças ajudam as companhias a vender novos serviços e se posicionarem frente aos seus parceiros e fornecedores como agentes de transformação. Prova disso é que, de acordo com uma pesquisa da Boa Vista SCPC, mais de 80% das empresas consideram que a LGPD é capaz de gerar novos negócios, bem como desenvolvimento. Na Europa onde a GDPR já figura como Lei de regulação para a proteção de dados pessoais desde de 2018, segundo pesquisa realizada pela Capgemini Research Institute, 92% das empresas dizem ter ganhado vantagem competitiva após suas adequações.
“E tudo isso acaba quando todas as empresas estiverem adequadas? A resposta certamente é não! Primeiro ainda há um longo caminho que precisamos percorrer na regularização das companhias a essa nova legislação. Mesmo depois que grande parte das companhias brasileiras estiverem adequadas quanto a LGPD, vamos entrar em uma fase de manutenção e continuidade dos processos de proteção e segurança de dados, já que novas tecnologias vão surgir no mercado e as empresas vão precisar assegurar a privacidade dos dados a partir dessas inovações”, alerta o especialista.
Para Adilson, isso mostra que estamos ainda engatinhando frente a uma oportunidade gigante que o mercado nos coloca.
“Para aqueles que souberem minerar bem, a LGPD pode ser a galinha dos ovos de ouro para os negócios, com uma fonte duradoura”, conclui.
FONTE:PORTAL CONTABEIS
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