Os vazamentos de informações internas, de clientes ou segredos industriais custam, em média, US$ 4,24 milhões para as empresas atingidas. A conta gigantesca representa o maior valor histórico de uma pesquisa realizada pela IBM, com um crescimento de 10% que aponta a adoção descuidada do home office diante da pandemia do novo coronavírus como o principal fator que levou a um aumento no número de ataques e nos prejuízos causados por eles.
A cifra aparece na versão 2021 de um relatório que estuda o custo de violações de dados. Em 2020, esse montante era de US$ 3,86 milhões, e o comprometimento de dados e extorsão após golpes de ransomware ou invasões de redes foi um dos principais vetores. O levantamento aponta uma balança desequilibrada, com redução no aparato de segurança e maiores vulnerabilidades com ataques cada vez mais sofisticados por grupos especializados, que resulta em um boleto dos maiores e mais doloridos.
Aumentou, também, o tempo de resposta aos incidentes. De acordo com o relatório da IBM, alguns comprometimentos podem passar até 212 dias sem serem descobertos, enquanto as empresas levaram em média 75 dias para conter um vazamento desse tipo. Novamente, a multiplicidade de dispositivos, conexões e diferentes aparatos de segurança resultantes da adoção rápida do trabalho remoto são citados como complicadores. Aumentaram também os custos envolvidos nessa mitigação, com necessidade de gastar US$ 1 milhão adicionais nesse trabalho.
Trata-se de mais uma constatação de que a corrida para os regimes híbridos tiveram altíssimo impacto na segurança, e seguem dessa maneira, ainda mais com a perspectiva de muitas empresas adotarem tais dinâmicas como os padrões para o futuro. Por outro lado, a IBM vê um aumento no aparato de segurança como resultado dessa movimentação e, também, do fluxo maior de ataques cibernéticos.
Na direção contrária, o relatório aponta que empresas que empregaram soluções modernas de contenção, com inteligência artificial para análise de ameaças ou criptografias mais fortes, economizaram até US$ 1,49 milhão. Isso se deve tanto à dificuldade maior na realização de ataques quando à presença de mecanismos mais consolidados quando uma intrusão efetivamente acontece, também com redução no tempo de resposta.
O vice-presidente e diretor-geral da IBM Security, Chris McCurdy, aponta ainda que a adoção de dinâmicas zero trust, com checagens constantes de dispositivos e impedimento de acesso caso certos critérios de proteção não estejam presentes, também ajudaram. São estas, apontam o relatório, as tendências para 2021 e além, com a expectativa de que, no próximo relatório, os custos envolvidos nos vazamentos de dados não atinjam um novo recorde.
A pesquisa da IBM leva em conta incidentes ocorridos em 500 organizações de todo o mundo, entre maio de 2020 e março deste ano. O relatório é anual e pode ser acessado na íntegra.
FONTE:CANALTECH
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