É um caso que poderia muito bem ter saído de um filme, mas aconteceu na cidade de Oldsmar, no estado norte-americano da Flórida. Um hacker ainda não-identificado tentou contaminar o suprimento de água de todo o município ao acessar remotamente os sistemas da usina de tratamento, aumentando o nível de hidróxido de sódio a quantidades 110 vezes maiores que as ideias para o consumo.
De acordo com o departamento de polícia de Oldsmar, a invasão às redes da planta aconteceu na última sexta-feira (5). O hacker obteve acesso ao sistema por meio da plataforma de acesso remoto TeamViewer, utilizada pelos trabalhadores para que problemas de funcionamento possam ser resolvidos remotamente em outras unidades, sem a necessidade de deslocamento. Foi por conta do software, também, que a intrusão foi detectada, com o funcionário responsável percebendo que algo estava errado quando viu o mouse se mexendo sozinho.
A primeira intrusão à rede foi detectada às 8 da manhã, enquanto a segunda, na qual o hacker tentou interferir no suprimento de água, aconteceu no começo da tarde. Segundo as autoridades da cidade, os cidadãos não correram perigo, já que a mudança foi desfeita antes de começar a ser aplicada pelos sistemas da usina, com os níveis de soda cáustica na água tendo sido mantidos no padrão normal.
Segundo o prefeito de Oldsmar, Eric Seidel, todas as forças de segurança da cidade estão em alerta e uma investigação, claro, está em andamento. Por mais que ainda não tenham identificado um suspeito, os policiais afirmam terem algumas pistas, que estão sendo apuradas. Não se sabe, porém, qual a motivação do ataque, uma vez que as autoridades não revelaram se notas ou ameaças foram deixadas pelo invasor.
Essa é a segunda vez, pelo menos de acordo com dados públicos, que uma usina de tratamento de água é invadida com direito a tentativa de contaminação do suprimento — o caso anterior aconteceu em 2016, também nos EUA. Além disso, ao longo de 2020, diferentes tentativas de interferência em infraestruturas de água e energia de Israel foram detectadas e impedidas a tempo, porém casos desse tipo não costumam ser divulgados justamente pelo seu caráter ligado à segurança nacional dos países-alvo.
Tais situações, entretanto, já chamaram a atenção de senadores norte-americanos, com o republicano Mitt Romney tendo sido o mais recente a falar sobre o assunto. Em dezembro, ele afirmou que o ataque a órgãos governamentais dos EUA detectado no final do ano passado tem relação com o governo da Rússia e que o objetivo final dos rivais seria interferir no suprimento de água e energia do país, além de atingir usinas nucleares. Na ocasião, ele criticou o então presidente Donald Trump por não ter responsabilizado os russos pelos golpes que atingiram o departamento do Tesouro e do Comércio, entre outros setores.
FONTE:CANALTECH
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